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"Seja parte da mudança que deseja ver no mundo" (Mahatma Gandhi).

quarta-feira, 17 de março de 2010

Gênero Dissonante

Há momentos em que passamos da conta.
Passamos sim, mesmo não tendo culpa.
O insuportável vem, o indizível...
Sim, estou falando dela, da morte.

Morte que também nos ensina sobre a vida, nos faz querer também descansar.
A morte pode até matar quem amamos.
Mas não pode matar o desejo de quem continua vivo.
Nem a esperança de que essa vontade de nada, de nada mesmo, vá passar.

Sorte de quem deu um último abraço, último adeus.
Disse: eu te amo, várias vezes, inúmeras...
Sorte de quem esqueceu o gênero, dissonante, e pôde dar carinho a um pai.
Sorte de quem viajou junto, sonhou com abraços, viveu-os.

Não há o que dizer quando alguém se vai.
Lágrimas se tornam um oceano de significantes.
A saudade torna-se lei imperativa.
E passamos a ter coragem de, e, fazer em uma semana, o que não tivemos coragem de fazer em toda uma vida.

10 comentários:

  1. Allan! Belissimo texto.. não ha nada na nossa vida que ameniza a dor de perder alguem tão próximo..
    E agente pensa mt no que não foi feito.. por isso entendo " fazer em uma semana, o que não tivemos coragem de fazer em toda uma vida." Temos que aproveitar cada momento de nossa vida.. e tratar as pessoas como se fosse nosso ultimo dia!
    Abraço irmão!

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  2. Lindas palavras Allan!
    Pensei mto no que comentar aqui pq sinceramente fiquei sem palavras...
    Nao temos certeza de nada e nem o porque que a vida nos pega tao de surpresa...tirando de nos tao repentinamente tudo aquilo que nos temos...
    Tudo isso me deixa mto confusa porque nao consigo achar um porque...
    Mas eu penso que la na frente teremos nossas respostas e de uma certa forma nada se vai pra sempre...e a unica resposta disso,creio eu que um dia teremos de volta o que perdemos um dia....essa e a unica resposta que eu tenho pra quem fica....

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  3. Obrigado Anna, por sua generosidade. Allan.

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  4. Muito bom o texto! Com certeza temos que aproveitar cada momento de nossas vidas como se fossem os ultimos e saber valorizar as pessoas que nos cercam.

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  5. Traduzir sentimentos em palavras é arte que poucos dominam.
    Tanto que ao ler este texto fica difícil comenta-lo, justamente porque ele é sentimento puro, com um pouco de poesia.
    As frases parecem ter vida, e realmente tem.
    Que paradoxal!!! Algo que fala sobre a morte ter tanta vida assim.
    Coisas do Allan.

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  6. Tudo que não tem tradução precisa de ser dito, mesmo no silêncio entre duas palavras.

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  7. Um minuto de silêncio por esse comentário rsrs Obrigado Renato.

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